quinta-feira, dezembro 28, 2006

Exposição de Star Wars

Caros Diploartistas
No passado dia 27 fui visitar a Exposição de Star Wars, patente no Museu da Electricidade em Belém.
Aconselho a que os verdadeiros fans da Saga a visitem, mas também que não vão muito emotivos, há partes em que fica um bocadinho a desejar.

(Pastél de Belém = 80 Centimos)

Concelhos:
* Levem a revista "Amo-te" - (encontra-se á porta do Amo-te Chiado, ali perto da FBA, não têm que consumir, a revista está mesmo á porta) e apresentem-na na Bilheteira = Desconto de 1 Euro
* Levar Máquina fotográfica: Tomar atenção á Maquinaria do Museu da Electricidade (grande fontes de concepts)
* Levar Bloco de Notas: para informações variadas
* Levar alguma paciência, e sapatos fechados - Os putos são um verdadeiro problema

Nota: escrevi uma critica á exposição no meu blog, visitem o Rissol

Boa Exposição
Bom Ano Novo

segunda-feira, dezembro 18, 2006

O homem-frango

Há um restaurante, perto do local onde moro, cuja especialidade é o frango grelhado. Com piri-piri ou sem, o serviço take away é muito requisitado neste estabelecimento. Há tempos, reparei no empregado que tinha a função de grelhar os frangos. Ele fá-lo uma série valente de horas por dia, frango após frango a crepitar no carvão. Ele grelha frangos todo o santo dia, seis dias por semana, quatro semanas por mês, onze meses e meio por ano... meus amigos, tanta ave desta nem o Ricardo e o Moretto de braço dado! Ora, o homem brilha diariamente, gorduroso, atrás do balcão do restaurante. Os frangos são, ao mesmo tempo, as suas inocentes vítimas, os seus melhores confidentes (pois presumo que não terá muita disponibilidade para conversar com pessoas) e os seus mais fiéis amigos (por serem eles que lhe garantem o sustento). Reparei neste homem porque acredito que ele próprio se está, a pouco e pouco, a transformar num frango. E se formos a ver bem até há uma explicação algo científica para esta metamorfose suceder: ele ali está de sol a sol a respirar o fumo negro que brota dos animais que tostam na grelha, a brilhar com a gordura galinácea que lhe paira na face, a inalar nitrofuranos e hormonas a cada segundo. Graças a isto, a bizarra transformação teve o seu inevitável início. No outro dia tentei avisá-lo do que se estava a passar. Mostrei-lhe a fotografia que trazia no seu B.I. e comparei-a com o reflexo da sua cara no espelho. Era absolutamente inegável. O nariz estava mais longo e adunco, os olhos maiores, mais redondos e afastados, nos mãos e braços jaziam grandes tufos de penugem branca... Mas ele não me quis ouvir. Deu-me um encontrão violento e atabalhoado, piou qualquer coisa que não percebi e regressou ao trabalho. Pobre alma que flutuava entre duas criaturas distintas, caminhava para a forma definitiva de um frango e nada fazia para o impedir. Desisti da minha missão de o reconverter à raça humana e fui para casa.
Ontem passei pelo tal restaurante e reparei que diante da grelha estava agora um novo empregado de aspecto jovem e sonhador. Também esta brilhava agora, reluzente, no meio do fumo do carvão. Foi então que vi a grelhar uma ave incomum. Era desmesuradamente grande e destinava-se a uma mesa de executivos que celebravam o aniversário de um tal de Almeida da contabilidade. Não pensei muito mais no assunto... Moro numa zona estranha.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Se eu fosse ditador... (homenagem a Ricardo Reis)

Amigo Reis, não sei quanto a ti mas se eu fosse ditador a realidade não seria muito diferente que esta visão que tive. Eu às vezes tenho visões, devo ser especial, algum tipo de profeta ou assim... ou então sou mesmo alcoólico.


Um dia de manhã levanto-me da cama. Saio de casa. Há um buraco no passeio.
Vermelho como um tomate, berro histericamente:
- ENTÃO MAS NINGUÉM VÊ ESTA POUCA VERGONHA?!!
As pessoas páram atordoadas e há quem pergunte:
- Oh André, não se enerve. Deseja que ligue para a Junta?
Ordeno eu a berrar:
- QUAL JUNTA QUAL QUÊ?!! EU QUERO AQUI, AMANHÃ, É O CARMONA DE JOELHOS A ENCHER ISTO DE ALCATRÃO!!!

No dia seguinte, saio de casa e lá está Carmona a fazer o que eu ordenei. Dou-lhe uma palmada na cabeça e berro-lhe ao ouvido:
- MUITO BEM, MEU MENINO!!! QUERO ISSO PRONTO ANTES DO MEIO-DIA!!!
- Está bem, está bem, André. - diz Carmona, submisso e a tremer.
É então que reparo nas pedras da calçada que estão fora do sítio e berro novamente:
- AMANHÃ QUERO AQUI O PRIMEIRO MINISTRO A ALINHAR AS PEDRAS NO SEU MELHOR FATO DA ARMANI!!! DE JOELHOS!!!

Ao terceiro dia deparo-me com Carmona e Sócrates a trabalhar com afinco.
- Decidi aproveitar e alcatroar esta estrada toda, André. Não se enerve, está bem? - Carmona justifica a demora na conclusão da obra.
- ESTÁ BEM!!! - berro eu.
Dou uma palmada na cabeça de Sócrates e berro-lhe ao ouvido:
- QUERO ISSO PRONTO ANTES DO MEIO-DIA!!!

Ao quarto dia, saio de casa satisfeito. A rua está bonita e limpinha, parece nova. É nesse momento que reparo que a fachada do meu prédio precisa de uma pintura nova. Quando me preparo para berrar, um dos transeuntes diz, receoso:
- O presidente da república já vem a caminho com dois baldes de tinta, André. Não se enerve.
Eu deixo passar...

Ao quinto dia, saio cedo e já está Cavaco Silva pendurado nos andaimes a dar a primeira demão. Deixo-lhe uma sandes de mortadela e uma média cá em baixo para o pequeno almoço e vou-me à vida.

Ao sexto dia, ainda está ele a dar a primeira demão. Atiro-lhe um a pedra e berro:
- ENTÃO ISSO É PARA ESTE SÉCULO OU NÃO?!! NEM ESTOU A VER ESSE FATO MACACO MANCHADO, MEU CALINAS!!!
- Oh André, desculpe. Não se enerve. - suplica Cavaco Silva, do cimo dos andaimes - É que eu já tenho idade e sozinho não consigo. Só se pedir à minha esposa que me venha carregar os baldes cá para cima... o André é que sabe...
Berrei então:
- CHAMA-SE MAS É O KOFI ANNAN PARA TE DAR UMA MÃOZINHA!!! ESSE TAMBÉM É UMA RICA PRENDA!!!
E alguém se encarrega de telefonar para a sede da ONU a mandar vir o homem.

Ao sétimo dia, saio de casa e lá estão os dois a dar no duro. Penso para mim que uma fachada pintada de novo está mesmo a pedir janelas novas. Porque sou um bom ditador e não quero sobrecarregar os meus escravos, ordeno que chamem W. Bush.
- ELE QUE PONHA CAIXILHARIA DE ALUMÍNIO!!! - berro eu.

Ao oitavo dia, Cavaco Silva e Kofi Annan despedem-se de mim com variadas vénias, deixando Bush a trabalhar nas janelas.

Ao nono dia, prego-lhe uma palmada na cabeça com força extra e berro-lhe em bom português:
- VAMOS LÁ A ANDAR, MEU MENINO!!! VÊ LÁ SE QUERES QUE TE PONHA NO MEIO DE UM COMÍCIO DO BLOCO DE ESQUERDA COM UMA CRUZ SUÁSTICA PINTADA NA TESTA!!!
Ao ouvir estas palavras incentivadoras, o presidente dos Estados Unidos triplica os esforços. Sou mesmo um líder nato.

Ao décimo dia, deixo-me ficar a descansar sentadinho numa espreguiçadeira, na varanda da minha casa. Beberico um Tequilla Sunrise, com direito a enfeites e tudo, e abstraio-me dos nervos da semana. A vida é mesmo boa.

sábado, dezembro 09, 2006

Exposição do IMAGINArte 2: a sequela

Depois da exposição na galeria da AEFBAUL, o IMAGINArte (núcleo de ilustração, banda-desenhada e argumento da FBAUL) está agora na sala de convívio da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina Dentária, e aí deverá estar durante todo o mês de Janeiro. Os trabalhos expostos são os mesmos que na exposição anterior, com poucas ressalvas dada a falta de espaço e de recursos. No entanto, estão todos convidados a dar um saltinho a este espaço simpático que acreditamos muito ter ganho com as nossas obras. Quero dar os meus parabéns a todos os membros por tornarem possível, mais uma vez, algo de que o nosso núcleo se pode orgulhar.
Aqui ficam algumas fotos exemplificativas do processo de montagem e da sua conclusão.
Obrigado Mima, Reis, Sónia e Sofia!






2001: Odisseia mais ou menos no mesmo

Acho caricatos os objectos com "aspecto futurista". São sinal do nosso extraordinário progresso tecnológico e humano. No entanto, esse "aspecto futurista" muitas vezes não passa de um embuste, de uma série de ornamentos que não são muito diferentes daqueles usados na era barroca, não servem para nada senão para enfeitar. Outro dia peguei numa pequena caixinha de metal que ostentava várias bolas coloridas como decoração, parecia uma nave espacial em miniatura. Se alguém visse este objecto há cinquenta anos atrás e lhe fosse dito que era do ano 2006 o indivíduo em questão começaria de imediato a imaginar milhões de significados e funções mirabolantes para aquelas bolinhas coloridas: que serviriam para comunicar em código, para levitar os sofás da sala e alterar a decoração ou para controlar na perfeição o robô particular.
Onde eu quero chegar é que, na minha opinião, as pessoas sempre tiveram espectativas demasiado elevadas em relação ao novo milénio. Na minha opinião não! Isto é mesmo assim! Na antiga série de televisão "Espaço 1999" (e atenção que se referia apenas a 1999) haviam estações espaciais, automóveis voadores, máquinas de teletransporte... o engraçado é que estes visionários realmente acreditavam que por esta altura já teríamos tudo isto e muito mais. Surge-me na mente o seguinte diálogo entre dois argumentistas da série:
(argumentista visionário)- Bom, agora este indivíduo vai para a estação lunar à base de teletransporte... escreve aí à máquina... te-le-trans-por-te...
(argumentista mais céptico)- Tele qué? Tu tens cá uma imaginação... passa-me a borracha de tinta que já me enganei. Alguma vez havemos de ter isso do teletransporte... pffff
(argumentista visionário)- Mas tu és parvo ou quê?! Claro que vamos possuir o teletransporte. Estou certo que surgirá logo a seguir a estabelecermos um parque de estacionamento para automóveis voadores nos anéis de Saturno. Vai ser canja. Ó pessoal! Aqui este palerma não acredita na invenção do teletransporte!! AHAHHAHHA!
(pessoal em coro)- AHAHAHHAHAHAHHAHA! Realmente... que palerma!!!!
No entanto, estamos praticamente no final do ano de 2006 e eu nunca vi nenhum automóvel voador. Na realidade, os únicos automóveis voadores que neste momento podemos observar são aqueles que sobem pelos ares sempre que há um tufão dos fortes. Tufão esse gerado pelo verdadeiro progresso da Humanidade: o progressivo destruir do planeta Terra. Isso sim é obra feita!
Como começamos a sentir-nos envergonhados por não conseguirmos corresponder às premonições dos nossos antepassados vamos desenhando torradeiras ou frigoríficos que podiam perfeitamente figurar em filmes de ficção científica do antigamente. Estes novos aparelhos não fazem mais que torrar pão ou conservar os alimentos, coisa que as maquinetas barulhentas do passado já faziam, mas têm melhor aspecto. Está, por isso, na altura de ajustarmos as espectativas ao mundo real e à realidade da condição humana... se daqui a cinquenta anos existirem sofás com latas de cerveja e tacinhas de acepipes incorporadas já me darei por satisfeito. Isso sim seria evolução!

domingo, dezembro 03, 2006

O Falsista do Saldanha

Quando eu era miúdo era demasiado tímido e envergonhado. Falava de soslaio para as pessoas e digamos que não era muito amigo de as olhar nos olhos. O meu pai discutia constantemente comigo para eu não ser assim, para me tornar mais desenvolto e sociável, para não permanecer eternamente encerrado numa concha... E foi assim que nasceu o drama de muitos e muitos transeuntes das ruas de Lisboa. Em criança, quando um estranho me abordava para perguntar as horas ou alguma indicação, eu soltava um guincho agudo e corria passeio acima espavorido como um esquilo. Mas graças às contendas com o meu pai eu sentia que tinha de mudar esta maneira hermética de ser. Afinal o que se pretendia era que eu fosse educado e maduro, que transpirasse civismo, que ajudasse o meu próximo como se de um familiar se tratasse. Mas, a verdade é que ainda hoje fico nervoso quando alguém me aborda na rua para perguntar uma direcção... não consigo raciocinar, a língua torna-se cortiça, abro a boca e balbucio: "- É sempre em frente...", fazendo o gesto respectivo com a mão. Normalmente costuma resultar, as pessoas agradecem-me sorridentes e eu sinto-me bem na ilusão de ter ajudado alguém a chegar ao seu destino. No entanto, a pouco e pouco, a consciência começa a consumir-me e, no fim, só resta o terrível arrependimento. Não o consigo evitar, não importa se sei ou não sei para onde o pobre cidadão se quer dirigir, se tem de apanhar transportes para lá chegar ou se está a cinco metros do local exacto e não sabe. Da minha boca e postura erecta só saem as palavras tremidas: "-É sempre em frente...", e depois com a mão o gesto respectivo. Quando não me encontro em Lisboa tudo é mais fácil, digo "- Não sou daqui, peço desculpa." e fica o assunto arrumado. Mas na capital há algo supraterreno que assume o controle do meu corpo, algo demasiado terrível e demoníaco para o conseguir explicar. Parece que já se fala de mim por aí, mas ninguém sabe ao certo quem eu sou. Tornei-me numa espécie de mito urbano: o Falsista do Saldanha, dizem eles. Alguém que engana as pessoas nas indicações e as obriga a faltarem a reuniões importantes, a gastarem mais dinheiro de gasolina, a perderem grandes negócios... o Falsista do Saldanha é portanto responsável pelo aumento do desemprego, subida constante do preço do petróleo, guerras pelo mundo fora, grande parte da carreira da Ana Malhoa, etc.
As autoridades estão perto de me descobrir... sei que o fim está próximo e que um dia destes serei capturado. Bem o mereço.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Uma Aventura nas Finanças

A minha aventura de hoje.

Cheguei ao Barreiro, apanhei o autocarro e fui até às Finanças tratar da alteração do domicilio fiscal, informando as Finanças da aquisição de um imóvel, assim como requerer a isenção do imposto sobre os Imóveis (o IMI).

Cheguei lá eram 14h e cinco minutos, e dirigi-me ao balcão para tratar do mesmo, só que já estavam duas pessoas à minha frente. Reparem que as Finanças abriram às 14h e já estava pessoas á minha frente (reparem também que a função pública farta-se de trabalhar.. Abrem as 9.30 fecham ao 12.30, abrem as 14h .. fecham ás 16h)

As duas pessoas foram atendidas e chegou a minha vez. Falei com a senhora e deu-me logo todas as indicações, mostrei a escritura, tirou os dados do imóvel, procurou no computador e terminou da seguinte forma:
"Aqui tem aqui este papel que é o pedido de isenção do IMI, agora só tem que ir àquele balcão e adquirir o modelo I do IMI e preencher. Depois trá-lo mais estes dois papeis que tem de ir buscar ao Largo das Obras, junto da Quimigal. São as plantas do andar, e a licença de utilização do mesmo. Depois trás tudo e acabamos de preencher a papelada."

Lá fui eu, até ao Largo das Obras, ao Gabinete de Gestão Urbana, tirei a senha, estavam dois empregados a não fazer nenhum, e apenas um outro a trabalhar

(Hora prevista de Atendimento ás --:-- )

Fui atendido por uma senhora e lá preenchi (mais) um papel a pedir a tal Licença de Utilização do Imóvel, e outro papel para as plantas. Fui finalmente à Tesouraria pagar (13.65€) e posso lá ir buscá-las daqui a 10 dias úteis .. ou seja .. na semana do Natal (?!?)
- Como adoro a Burocracia -

>Agora a Versão RPG<

Ia eu no meu MimaMóbil, em busca da gruta do Lendário IMI (Impressionante Monstro Infernal), quando dois seres das profundezas se atravessaram no meu caminho, com algum esforço, consegui atravessar a prova e encontrei um Mago Lendário, que ao ver que tinha conseguido superar a prova e trazer até ele a Sagrada Escritura, me disse:
"Super Mima, para enfrentares o poderoso IMI, precisas de adquirir as Plantas Mágicas e o Segredo de Utilização, no assombrado Largo das Obras"

Peguei nas indicações do Mago e dirigi-me ao misterioso Largo, pelo caminho ainda parei para ingerir uma provisão, para ficar pronto para qualquer perigo.

Chegando ao Largo, vi logo a Torre da Con-Gestão Urbana, consegui ludibriar o mostro porteiro, e cheguei ao patamar onde se encontrava o Monstro das Plantas. Entretanto ainda tive de passar por uma série de armadilhas temporárias, e uns quantos obstáculos logísticos. Mas no final enfrentei-o. Foi uma luta difícil, mas consegui batê-lo.

No final, ele não tinha nenhum tesouro, mas tinha sim uma chave com um numero 10 gravado. Numa pequena sala ao lado, estava uma arca, selada, experimentei a chave, rodava mas não abria, parecia fechada por magia…

O nosso Caro Presidente André Oliveira fez anos. Para ele fica aqui ilustrado um dos momentos da sua vida.
Os nossos Parabéns André .. Salvé André